O mieloma múltiplo é o tumor ósseo maligno primário do osso mais frequente. Trata-se de um câncer de plasmócitos, que são células da medula óssea. No mieloma múltiplo, os plasmócitos estão alterados e se multiplicam rapidamente e produzem uma proteína anormal, chamada de proteína monoclonal, que se acumula no sangue e na urina.
Devido ao quadro de dor, muitas vezes na região lombar, o sintoma pode ser tratado como lombalgia crônica, e atrasar o diagnóstico do mieloma múltiplo e o início do tratamento correto.
Algumas alterações nos exames de imagens podem sugerir osteoporose, que também pode desviar a suspeita diagnóstica, e atrasar o diagnostico correto e o tratamento do mieloma múltiplo.
O mieloma múltiplo acomete adultos, normalmente acima dos 50 anos de idade.
Pode não apresenta sintomas na sua fase inicial. Com a progressão da doença, podem surgir sintomas como fraqueza, cansaço e dores; e o paciente pode apresentar anemia, infecções de repetições, e fraturas patológicas (fraturas por traumas de baixa energia ou sem trauma).
Em fases mais avançadas, pode apresentar insuficiência renal.
Nestes pacientes, o uso de anti-inflamatórios não hormonais deve ser evitado, devido ao risco de dano renal.
Exames de imagens, com inventário do esqueleto com radiografias ou tomografia de corpo inteiro podem ser solicitadas pelo médico, para estadiamento das lesões ósseas e avaliação de riscos de fraturas, que podem ser complementadas com os exames de ressonância nuclear magnética, quando necessárias de alguns segmentos.
Exames específicos de sangue e de urina são solicitados para avaliar os níveis de cálcio e alterações nas proteínas monoclonais produzidas pelos plasmócitos doentes no sangue e na urina. A punção de medula também é solicitada e, como o mieloma múltiplo pode causar tumores nos ossos ou nos tecidos moles ao redor deles, uma biópsia desses tumores também pode ser necessária.
O tratamento do mieloma múltiplo é multidisciplinar.
O onco-hematologista é responsável pelo tratamento medicamentoso.
Algumas vezes, o paciente com mieloma múltiplo é apenas acompanhado, sem necessitar de tratamento.
Quando a terapia está indicada, a escolha do tratamento depende de vários fatores, entre eles se o paciente está sintomático do mieloma múltiplo, da sua idade e se ele é portador de outras doenças, como diabetes ou problemas cardíacos.
O onco-hematologista também avaliará se está indicada o transplante autólogo de células-tronco periféricas, que é realizada em alguns casos.
Em algumas situações, pode ser indicado a terapia por células CAR-T, que é realizada a partir da coleta de células T do sistema imunológico. Após modificação genética a célula é reprogramada para reconhecer e combater o tumor, e essas células são infundidas no paciente. Dessa forma, o próprio organismo do paciente torna-se um tratamento contra o câncer.
O paciente também deve ser acompanhado pelo oncologista ortopédico que fará a avaliação de riscos de fraturas patológicas. O ideal é a identificação e o tratamento profilático (antes que as fraturas ocorram).
O tratamento local das lesões ósseas, pode ou não ser necessária, e dependerá de alguns fatores das lesões como: localizações, aspectos, tamanhos, se apresentam riscos de fraturas, tratamentos já realizados; e das sintomatologias, das condições clínicas do paciente, e do prognóstico. Essa abordagem local visa que o paciente tenha melhor qualidade de vida, se possível sem dor e com retorno às suas atividades.
Após a avaliação do médico ele poderá determinar qual o melhor método de tratamento, se cirúrgico e/ou radioterápico; e em casos de cirurgias, qual tipo de abordagem cirúrgica.